Esta semana, a Wise Wave apresenta uma entrevista com Erre K, que nos fala sobre a naturalidade da sua ascensão no rap, a importância de trabalhar com amigos próximos e como surpresas surgem ao colaborar com pessoas em constante evolução. 

Ele também partilhou connosco as  suas experiências nas batalhas de rap e o desafio de equilibrar a escrita musical com o formato das batalhas. Com grandes expectativas para 2025, Erre K promete um ano de lançamentos consistentes e evolução artística.

Wise Wave: “Identidade” é o teu primeiro projeto de originais. O que te levou a escolhê-lo como título?
Erre K:O nome do álbum explica um pouco do que vais ouvir. Todas as faixas revelam um pouco do que sou, como penso e qual a minha identidade como rapper.
Wise Wave: Queres explorar o conceito de identidade pessoal ou algo mais amplo?

Erre K :Não posso dizer que tenha explorado um conceito em si , obviamente que tudo teve um sentido e  sempre numa abordagem mais pessoal. Mesmo não falando sobre identidade nos temas ela está sempre lá. 
Wise Wave: Disseste que este EP é mais do que uma afirmação da tua identidade, mas um despertar para a identidade dos outros. Podes explicar melhor como tentas passar essa mensagem nas tuas músicas?
Erre K: Embora haja claramente essa abordagem pessoal a minha música é sempre “de mim para ti”. Acredito que de certa forma há temas com os quais muitos se identificam e onde encontram também um  pouco da sua identidade,  é por aí que essa mensagem passa.
Wise Wave: Este projeto começou logo após a mixtape “Transparente”. Em que momento percebeste que estavas pronto para lançar algo tão pessoal e ambicioso como “Identidade”?
Erre K: Não houve “o momento ” , as coisas aconteceram com toda a naturalidade sem nenhum tipo de pressão. Não foi algo planeado, foi acontecendo. 
Wise Wave: Contaste com nomes como Gijoe, spock, Buda XL e DK na produção. Como é trabalhar com artistas tão próximos de ti?
Erre K: É sempre mais confortável quando trabalhas com pessoas cuja ligação vai além da música, conhecem me e isso facilita todo o processo. À excepção do Gijoe que entrou no projeto através do Spock, são todos amigos próximos.
Wise Wave: Alguma colaboração surpreendeu-te pelo resultado? E porquê ?
Erre K:  Quando trabalhas com alguém que está em constante evolução acabas sempre por ser surpreendido e foi o que aconteceu, todos se destacaram à sua maneira. Talvez o DK mereça um propz especial porque na altura tinha muito pouco tempo como beatmaker e mostrou ter o seu potencial.
Wise Wave: Descreveste que não costumas estar presente na criação dos instrumentais, mas que eles acabam por “encaixar” nas tuas ideias. Houve algum instrumental em particular que te desafiou ou inspirou de forma especial neste álbum?
Erre K: Sem dúvida o “cara a cara”. Um beat do Spock que ainda hoje sinto que é um dos melhores instrumentais que tive em mão. Todos os beats têm os seus desafios mas fica fácil destacar esse.
Wise Wave: A Contentor Records tem sido uma casa importante no teu percurso. Como esta equipa contribuiu para a construção de “Identidade”?
Erre K: Digamos que todos tiveram um papel importantíssimo,  desde aos instrumentais até ao produto final. Destacar o meu mano Mr Papz que após as gravações assumiu o projeto práicamente sozinho. Jamais um projeto meu, claramente um projeto nosso.
Wise Wave: Começaste a tua jornada no mundo das batalhas na Liga Knock Out. Como foi a tua primeira experiência e o que te motivou a entrar neste universo?
Erre K: Sempre acompanhei as batalhas desde o seu inicio, o bicho estava cá,  foi uma questão de surgir a altura certa. A primeira batalha foi um confirmar de que consigo adaptar me a essa vertente. Uma experiência fantástica e daí poder dizer que é uma historia que ainda tem muito por contar.
Wise Wave: Qual é o maior desafio em transitar do ambiente de estúdio para o das batalhas ?
Erre K: Creio que o maior desafio está mesmo na escrita, entre outros claro. Escrever uma música é completamente diferente de escrever uma batalha e sinto que mesmo nesse aspeto ainda estou em evolução. 
Wise Wave: Sentes que o público das batalhas tem uma percepção diferente de ti como artista em comparação com os ouvintes da tua música?
Erre K: Sinceramente não sei responder. Consigo perceber que o público na sua maioria gosta de me ver em batalhas mas não sei que tipo de rapper vêm em mim. O rapper é o mesmo mas as abordagens são completamente diferentes e assumo que possa ser difícil ver o mesmo Erre K das musicas no Erre K das batalhas.  A essência e a postura são as mesmas mas lá está,  as diferentes abordagens mudam tudo.
 
Wise Wave: Qual é o maior desafio em transitar do ambiente de estúdio para o das batalhas ?
Erre K: Creio que o maior desafio está mesmo na escrita, entre outros claro. Escrever uma música é completamente diferente de escrever uma batalha e sinto que mesmo nesse aspeto ainda estou em evolução. 
Wise Wave:Tens projetos pensados para um futuro próximo? O que nos podes adiantar nesse aspeto? E como pensas dividir o teu tempo artistico entre batalhas e a musica em 2025?
Erre K :Se tudo correr bem o ano 2025 vai ser o melhor dos últimos anos em relação a lançamentos e na consistência dos mesmos.
Acredito que é possivel conciliar os dois mundos mas obviamente com menos batalhas por ano.
Quando não vives do meio é quase impossível fazer 4 ou 5 batalhas e ainda assim adiantar os projectos em estudio. Será sempre uma questão de equilíbrio.

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