Wise Wave: Cresceste na periferia do Porto nos anos 90, cercada pelo hip-hop e R&B. Como é
que estas influências moldaram o teu estilo e abordagem como DJ?
Bruma :Foi curioso porque ao começar a ser DJ acabei por fazer uma retrospectiva muito aprofundada (e organizada) de tudo o que ouvia quando era mais nova, na busca dos clássicos que ainda funcionam em qualquer pista, e esse diggin inicial acabou por traçar o meu caminho como DJ, porque me fez perceber efetivamente o amor que tenho pelo género.
Wise Wave: A cultura do sampling foi uma porta de entrada para descobrires outros géneros,
como disco, soul, jazz e house. Podes nos contar mais sobre como esta transição
aconteceu e como isso impacta os teus sets hoje?
Bruma : Já era bastante fascinada pela cultura do sampling, mas depois comecei a ver DJ
Sets de alguns DJs míticos da cidade, como o Tenreiro, Vicente, Chico Ferrão (7
Magníficos), o Becas, e muitos mais. No fundo tive a sorte de assistir e poder
partilhar conversas com uma geração mais velha ligada à música e com uma
sabedoria invejável. Dava por mim a reconhecer imensas músicas que eles
passavam por as conhecer sampladas em sons de rap. Ia anotando e ia para casa
ouvir aquilo, até que esses géneros se tornaram uma paixão para mim também.